Há minutos em que perdemos a noção do tempo: Ilude-nos e pára. Enquanto não corre, os beijos e carinhos perpendiculares acabam por se cruzar, e formam toda a magia a que o amor nos submete. O Toque dos dedos gelados debaixo da blusa, ou o apalpão atrevido no rabo dão um tom perverso àquela despedida. Um beijo seco, um olhar brilhante e um sorriso de saudade dão continuidade à correria do tempo. Chegou a hora em que os dois se afastam lentamente, sorriem com ansiedade e fazem força nos dedos, até estes se separem. Não. Ainda falta a palavra de esperança, a que representa somente uma pequena amostra de todo o sentimento. E as mãos ganham força de novo. Ao ouvido, uma voz quente arrepia todo o pescoço, o sorriso transforma-se em beijo, e a ansiedade de permanecer ali aumenta. A ilusão de um infinito junto não pode permanecer, e, de novo, é cortado o momento. Um toque agudo de telemóvel apressa a despedida. O sorriso é de tristeza, o olhar sufoca pela ansiedade de se terem de novo, e um meio gesto de adeus, como se, se agarrassem, ao longe aperta-lhes o peito. Só a consciência de um amanhã como um hoje lhes permite ir embora.

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